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A cidade dos amaldiçoados conta a história de uma cidade isolada dos Estados Unidos que é surpreendida por uma estranha força misteriosa que faz com que toda a população desmaie na mesma hora. Toda a cidade adormeceu por várias horas e quando acordaram, as pessoas não sabiam como explicar o acontecido.
Meses depois, é descoberto que todas as mulheres de Midwich estão grávidas e tudo indica que ficaram grávidas no dia do desmaio, gerando um alarde.
A presença de cientistas do governo não acalma a sociedade e um dinheiro é oferecido para as famílias que decidirem ter seus bebês, para que estes possam ser estudados e companhados durante seu crescimento.
Estranhamente, todas as famílias concordam em ir até o fim com a gravidez, mesmo com perguntas e medo do que elas poderiam resultar, já que até mesmo mulheres que continuam virgens engravidaram.
Durante a gestação, as mulheres tiveram sonhos perturbadores e estranhos, talvez um aviso de que algo estava por vir. Esse sexto sentido estava certo, pois quando as crianças nascem, o reino do terror começa.
Todas as crianças têm traços muito semelhantes umas com as outras, com sua pele pálida e cabelos brancos. Sem mencionar uma incrível inteligência e traços de DNA idênticos umas das outras, porém completamente diferentes das dos seus pais.
Logo se nota que as crianças possuem uma capacidade incrível de controle mental que faz com que vários acidentes e suicídios aconteçam desde seu nascimento. Apesar das diversas teorias de quem ou o quê elas são, só há uma certeza: As crianças ditam as regras nessa cidade e qualquer um que entrar em seu caminho, se arrependerá.
Este é um dos meus filmes preferidos e por isso precisei criar uma postagem só dele. Há muito o que pensar sobre o que é nos mostrado no filme, não só em termos sociais, mas em detalhes do filme. Acredito que todos ficaram com algumas perguntas sem respostas. Mas, já aviso que se você quiser respostas para elas, desista, pois eu tenho tantas perguntas quanto você (caso tenha visto o filme) e quero deixar bem claro que muitas das coisas que eu irei falar estão mais para suposições do que respostas.
Se você ainda não viu- além de nem dever estar aqui, pois contarei partes importantes na crítica, já aviso que não adianta ver esse filme esperando cenas de sangue, gritos, correria sem sentido porque o filme vai além disso. É um terror sutil, deixando você pensar em vários momentos. Cada coisa que acontece no filme é válido. Tem gente falando que é meio parado... Pois é, as crianças só nascem em quase quarenta minutos de filme, mas o que vem antes não é enche-linguiça. É mostrado tudo com bastante cuidado, o cenário onde acontecerá o desmaio coletivo precisa ser mostrado para que tenhamos uma espécie de choque. Quem viu a versão original ou leu o livro, sabe que nela acontece tudo bem de repente e eu senti falta de algo ali, da cidade inteira adormecida.
Nesta versão, no entanto, a gente tem uma percepção maior do quão sério foi o ocorrido. Esta cena é seguida por outras também importantes, como consultas com os médicos, sonhos sinistros etc. A nova visão das crianças também foi interessante. Não só na aparência, com seus cabelos brancos (representando a inteligência), como em sua personalidade. Elas, neste filme, realmente chegam a ser cruéis, matam não só quem lhes oferecer algum perigo, mas também qualquer um que entrar no seu caminho.
A mãe da Mara, por exemplo. Ao que parece as crianças meio que competiam para ver quem seria a líder e a Mara demonstrou ser capaz eliminando alguém antes dos outros. Será isso? Será que se ela não matasse, outra pessoa (possivelmente o Robert) mataria? Ou assim com no original elas já nascem predestinadas a tudo? A ter um companheiro(a) e a uma delas ser a líder?
Outro ponto muito interessante de se ressaltar é a ausência de sangue. Mesmo em cenas que talvez "permitissem" isso, ele não é mostrado. O filme poderia ser um "banho de sangue", como o Allan comenta, mas na verdade ele foi sutil em cada morte. A gente sabe que a pessoa morreu, que a pessoa possivelmente está sangrando, mas isso não nos é mostrado. Afinal, não há necessidade de ser e isso é algo que sinto falta nos dias de hoje. De usarmos nossa imaginação e não sermos levados pela imagem mostrada. Muitos filmes de terror não seriam considerados "trash" se polpassem efeitos toscos e deixasse com a gente. Nós podemos criar na nossa mente a mesma reação esperada em filmes mais sangrentos e isso sem nenhuma imagem de efeito.
Eu vi esse filme pela primeira vez quando eu tinha sete anos e me apaixonei na hora (apesar do medo rs). Desde então, sempre sonho com uma continuação, afinal aquele final precisa ser explicado, né?
David |
Por muito tempo, eu defendi a ideia de que o David seria mesmo bonzinho e ficava imaginando como teria sido a vida dele após os eventos deste filme. Como ele poderia ser um garoto normal? Mas, no fundo, acho que sempre soube a resposta: Ele não era e nunca será "bonzinho", especialmente após todas essas coisas. Ele ficava ao lado de seus "irmãos" (?) não porque os apoiava, mas sim porque eram uma família (mesmo que não soubesse ao certo o que isso significava). Realmente, ele não concordava com as atitudes de Mara, mas ficava ao lado deles porque talvez ao seu ver, era isso que deveria ser feito. E isso não é um sinal de fraqueza ou efeitos da falta de companheira, pois a Mara chega a dizer a ele "não podemos te deixar, David", mesmo ele "não tendo importância".
Então, chego a conclusão de que não era por medo, ou ao menos não era APENAS por medo que o garoto ficava com os outros e acredito que ver todos eles sendo mortos não resultou em alívio ou conforto. Muito pelo contrário. Ele possuía os mesmo poderes que a Mara, mesmo que não os usasse sempre. Ele veio de um lugar onde a forma de pensar era mais direta e talvez até fria, então não seria loucura esperar que ele continuasse aquela forma de agir e conforme fosse crescendo, começasse seus planos para criar sua própria colônia. Nunca foi difícil, na minha cabeça, imaginar um segundo filme, com um David mais adolescente em busca de meios de criar sua colônia. Não sei bem como seria essa sequência, mas sempre a julguei válida. Sem mencionar o fato de que nem todas as crianças que nasceram naquele dia se voltaram contra a humanidade. É só prestar atenção na cena logo depois da que a mulher quase cega a menininha, quando os pais vão buscar as crianças. Mara e seu grupo são frios, não mantém nenhum tipo de diálogo ou contato físico com seus "pais", mas as outras crianças nascidas naquele dia, com a mesma aparência física, são "bondosas", elas podem ser vistas andando de mãos dadas com seus responsáveis e na primeira cena em que as crianças surgem crescidas, há um grupo de crianças de cabelos bracos jogando bola no pátio da escola atrás deles. Outra teoria minha é que o David pudesse ter planejado sobreviver e ser o novo líder, mas não sei se ele teria força o bastante para esconder isso dos outros. Mas, imagino se ele poderia ter notado que a atitude da Mara era precipitada e confiante demais, o que certamente a levaria a morte.
Eu comecei a ler o livro "The Midwich Cuckoos" que deu origem a versão original de 1960 há pouco tempo e como ele está em inglês, fica uma leitura muito lenta, já que não sou muito fã do idioma, mas talvez quando eu o terminar tenha algumas pistas ou respostas para essas perguntas.
Se você tiver alguma teoria do que poderia ter acontecido com o David em um segundo filme ou quem sabe alguma suposição sobre as respostas dessas e outras perguntas, seu comentário será muito bem vindo.
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