O livro mostra como é a vida de quem tem, não só leucemia como outras doenças e problemas, mas não nos apresenta isso de uma forma que nos faz ter pena dos personagens ou talvez de algum conhecido nosso que esteja numa situação semelhante. O livro nos faz refletir sobre a doença de uma forma bem impactante, sem enrolação ou clichês e ainda com um toque de filosofia e inteligência pouco vista em outros livros do gênero.
É claro que choramos com o decorrer da história e há momentos em que cada página virada é uma lágrima escorrendo em sincronia, mas logo nos damos conta que não é a dor que deve ser refletida ali, não é isso que o livro passa e sim o sentimento de felicidade por estar vivo, sem se lamentar por alguma doença ou qualquer outro problema. O que realmente importa são nossas escolhas de como viver: Se lamentando por estar numa situação difícil ou vivendo cada minuto da sua vida como se fosse o último. E diferente de outros livros e muitos filmes, não é viver de forma irresponsável e sim, libertadora, realmente feliz em estar vivo e fazer parte desse mundo.
Para quem espera uma história bobinha e bonitinha de amor, esqueça, pois A culpa é das estrelas é muito mais do que isso. Ela vai te fazer rir, chorar, fantasiar e principalmente refletir.
Acredito que o livro afetará pessoas de maneiras diferentes, pois uma pessoa com câncer provavelmente vai pensar diferente de alguém "saudável" e como a Hazel fala em algum momento sobre um livro que leu e tem como favorito, "o autor entendeu direitinho como é ter câncer". Pois é, quem tem, teve ou conhece alguém com leucemia sabe que John Green parece entender bem mais do assunto do que você imagina. Quase esquecemos que se trata de uma história criada, embora hajam boatos de que a personagem Hazel Grace tenha sido inspirada em uma menina com câncer, a qual John conhecia.
Em seu Tumblr, o autor contou que o título do livro foi inspirado em uma famosa cena de uma peça de Shakespeare: Júlio César, Ato 1, Cena 2, onde o nobre Cassius diz a Brutus "A culpa, caro Brutus, não é de nossas estrelas, mas de nós mesmos, que somos subordinados"
SE VOCÊ NÃO LEU O LIVRO, NÃO PROSSIGA: CONTÉM SPOILLER
Uma das coisas mais legais que o livro nos proporciona é a dúvida que paira ao terminarmos o livro, assim como Hazel que, após terminar seu livro preferido e que não contém um epílogo. Pois é, A culpa é das estrelas, por não conter um "desfecho" explícito dos personagens nos causa frustração, sim, mas nos dá a liberdade de imaginar (assim como os próprios personagens) qual final os personagens tiveram.
Eu, particularmente, estou cheio de perguntas, do tipo "o que houve com a Hazel? Como ela morreu? Quanto tempo depois da morte do Gus?", "A mãe dela conseguiu o que queria, sobre o emprego?", "a ex namorada do Isaac deu algum sinal de arrependimento pelo o que fez com o garoto? A morte da Hazel foi mais sentida pelos colegas e por Patrick lá no grupo do que as outras foram ou ela foi só mais uma que partiu? Hazel foi enterrada próxima ao túmulo de Gus? Ou ela acharia isso brega demais, imaginando que era algo que podia confortar os vivos, mas q não importava realmente para ela ou Gus onde seus corpos estariam enterrados ou a qual distância?
Enfim, quem sabe algum dia não sejamos respondidos, não é? Acredito que o autor John Green é bem diferente de Peter Van Houten e fico imaginando como ele reagiria a estas perguntas que gostaria de fazer a ele.
Caso você tenha alguma teoria das respostas para essas e outras perguntas, ficarei feliz com seus comentários aqui no Blog.
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